Caramujos Africanos Em Bacuri-MA

 

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 Família Lymnaeidae

Vive preferencialmente em águas estagnadas ou de curso lento e possui hábitos anfíbios.

Entre as espécies presentes no Brasil,

Lymnaea columella Say, 1817, e

Lymnaea viatrix

 Orbigny, 1835, são responsáveis pela transmissão da

Fasciola hepatica

Linnaeus, 1758, trematódeo

que parasita o fígado de ruminantes, principalmente. Vários casos de fasciolose

 humana já foram registrados no Brasil.

Vista dorsal de L. columella

(observe os tentáculos triangulares). Escala: 5mm.

 

Família Planorbidae

a) Características gerais: 

Concha geralmente planispiral.

 

Tentáculos longos e filiformes; aberturas genitais à esquerda.

 

 A) Manto de Biomphalaria sp.; B) Manto de B. glabrata, com crista renal. Estruturas: coração (co), pericárdio (pe), glândula de albúmen (ga), veia pulmonar (vp), veia renal (vr), tubo renal (tr), crista lateral (cl), crista renal (cr),colar do manto (cm), ureter (ur), meato do ureter (mu) e pneumóstoma (p). Extraído de Paraense (1975).

 Sistema respiratório

 Predomina a respiração atmosférica: a hematose ocorre na rede vascular da parede pulmonar, de onde o sangue flui para o coração através da veia pulmonar.

 A respiração aquática ocorre através da pseudobrânquia.

A esquistossomose é uma doença transmissível, parasitária, provocada por vermes

trematódeos do gênero

Schistosoma. Atualmente, existem seis espécies de Schistosoma (S.mansoni, S. hematobium, S. japonicum, S. intercalatum, S. mekongi e S. malayensis)

que podem provocar doença no homem, sendo que no continente americano existe apenas o S. mansoni.

No Brasil, a esquistossomose mansônica é endêmica em vasta extensão do território e considerada, ainda, um grave problema de saúde pública, porque acomete milhões de pessoas, provocando, anualmente, um número expressivo de formas graves e óbitos.

A doença ocorre em localidades sem saneamento ou com saneamento básico inadequado, sendo adquirida pela pele e pelas mucosas devido ao contato do homem com águas contaminadas com as formas infectantes de S. mansoni. Entretanto, para que ocorra a transmissão da doença, é indispensável a presença do homem na condição de hospedeiro

 definitivo, que excreta os ovos do verme pelas fezes, e dos caramujos aquáticos do gênero Biomphalaria, que atuam como hospedeiros intermediários, liberando as larvas infectantes do S. mansoni nas coleções hídricas utilizadas pelos seres humanos susceptíveis à doença.

A presença do hospedeiro intermediário constitui condição necessária e indispensável para que se desenvolva o ciclo do parasita. Atualmente, existem dez espécies e uma subespécie do gênero Biomphalaria e, destas, três são hospedeiras intermediárias naturais

(B. glabrata, B. tenagophila e B. straminea) e duas (B. amazonica e B. peregrina) são hospedeiras intermediárias potenciais, uma vez que só se infectam experimentalmente

 O estudo dos hospedeiros intermediários da esquistossomose (incluindo sua taxonomia, genética, distribuição e ecologia) é importante para que se possa interpretar corretamente o papel que cumprem na transmissão da doença e se possa orientar as medidas de controle, adequadas a cada localidade, dirigidas aos caramujos. Porém, o mecanismo de transmissão da esquistossomose é extremamente complexo e depende, além dos elementos diretamente envolvidos no ciclo de transmissão, dos fatores condicionantes inerentes a cada localidade. Para o sucesso da vigilância e do controle da esquistossomose, as medidas preventivas, atualmente disponíveis, devem ser aplicadas de maneira integrada, desde o diagnóstico precoce e o tratamento dos portadores de S.mansoni, passando pela pesquisa, pelo controle dos hospedeiros intermediários, até as ações educativas em saúde para as populações sob risco e, finalmente, as ações de saneamento, para modificação dos fatores ambientais favoráveis à transmissão e à manutenção da doença.

Todas essas medidas preventivas, particularmente aquelas voltadas para os hospedeiros intermediários, que são objeto deste mini-manual, afetam diretamente o meio ambiente e devem, por isso, adequar-se à legislação ambiental.

Ademais, o controle desses caramujos, como parte do conjunto das medidas de vigilância e controle da esquistossomose, deve obedecer à legislação vigente, às normas e às diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, cabe aos municípios a responsabilidade pela execução das atividades de vigilância e controle dos hospedeiros intermediários da esquistossomose; aos estados, a coordenação dessas atividades; e ao Ministério da Saúde, a normatização e o apoio às ações estaduais e municipais.

A rotatividade dos profissionais da esfera municipal que trabalham na área de vigilância e controle da esquistossomose torna indispensável a distribuição, para as Secretarias Municipais de Saúde, de manuais técnicos que as habilitem na execução das suas atribuições técnicas e constitucionais.

 

Reporting in English

 

Family Planorbidae

a) General characteristics:

Concha usually planispiral.


Tentacles long and filiform; genital openings left.


  A) Mantle of Biomphalaria sp.; B) Cloak B. glabrata, Crested kidney. Structures: heart (co), pericardial(Pe), albumen gland (ga), pulmonary vein (vp), renal vein (vr), renal tube (tr), lateral crest (cl), renal crest (cr), mantle collar (cm), ureter ( ur), meatus of the ureter (mu) and pneumóstoma (p). Extracted from Pará (1975).


Respiratory System


Predominates breathing air: hematosis occurs in the pulmonary vasculature wall, where blood flows into the heart through the pulmonary vein.


The breathing takes place through the water pseudobrânquia.

Schistosomiasis is a disease transmissible parasitic caused by worms

trematodes of the genus

Schistosoma. Currently, there are six species of Schistosoma (S.mansoni, hematobium S., S. japonicum, S. intercalatum, S. and S. mekongi malayensis)

that can cause disease in man, and on the American continent is the only S. mansoni.

In Brazil, schistosomiasis is endemic in the vast expanse of territory and considered still a serious public health problem because it affects millions of people, causing annually, a significant number of severe cases and deaths.

The disease occurs in areas without sanitation or inadequate sanitation, being acquired by the skin and mucous membranes due to the human contact with water contaminated with the infectious forms of S. mansoni. However, for the occurrence of disease transmission, it is essential to man's presence provided host

 Ultimately, they excrete worm eggs in the feces, and aquatic snails of the genus Biomphalaria, which act as intermediate hosts, releasing infective larvae of S. mansoni in basins used by humans susceptible to disease.

The presence of the intermediate host is necessary and indispensable as on the cycle of the parasite. Currently, there are ten species and subspecies of the genus Biomphalaria, and of these, three are natural intermediate hosts

(B. glabrata, B. and B. tenagophila straminea) and two (B. amazonica and B. peregrina) are potential intermediate hosts, since only experimentally infect

 The study of the intermediate hosts of schistosomiasis (including its taxonomy, genetics, ecology and distribution) is important so that we can correctly interpret the role they fulfill in disease transmission and can guide control measures, appropriate to each locality, targeting snails. However, the mechanism of transmission of schistosomiasis is extremely complex and depends besides those directly involved in the transmission cycle, the conditioning factors inherent in each locality. For the success of surveillance and control of schistosomiasis, the preventive measures currently available, should be applied in an integrated way, since early diagnosis and treatment of patients with S.mansoni, through research, the control of the intermediate hosts, until the educational health for populations at risk and ultimately sanitation actions for modification of environmental factors conducive to the maintenance and transmission of the disease.

All these preventive measures, particularly those targeting the intermediate hosts, which are subject of this manual, directly affect the environment and must therefore adapt to environmental legislation.

Moreover, the control of these snails as part of all the measures of surveillance and control of schistosomiasis, must comply with current legislation, standards and guidelines of the Unified Health System (SUS). In this sense, it is up to municipalities the responsibility for executing the surveillance and control of the intermediate hosts of schistosomiasis; states, the coordination of these activities, and the Ministry of Health, the standardization and support for state and local actions.

The turnover of municipal professionals working in the field of surveillance and control of schistosomiasis distribution indispensable to the Municipal Health, technical manuals that will enable them in carrying out its constitutional responsibilities and techniques.