A festa do Bumba-meu-boi

 

 

 http://img.comunidades.net/bac/bacurigazetapopular/sunp0007a.jpg
 
 
Bumba-meu-boi em apresentação festas junho / julho

A festa do Bumba-meu-boi, uma tradição que se mantém desde o século XVIII, arrasta maranhenses e visitantes por todos os cantos de São Luís, nos meses de junho e julho. O bumba-meu-boi é uma festa para crianças, adultos e idosos, onde os grupos se espalham desde as perifeiras até os arraiais do centro e dos shoppings da ilha. Na parte nova ou antiga da cidade grupos de todo o Estado se reúnem em diversos arraiais para brincar até a madrugada.

História

O enredo da festa do Bumba-meu-boi resgata uma história típica das relações sociais e econômicas da região durante o período colonial, marcadas pela monocultura, criação extensiva de gado e escravidão. Numa fazenda de gado, Pai Francisco mata um boi de estimação de seu senhor para satisfazer o desejo de sua esposa grávida, Mãe Catirina, que quer comer língua. Quando descobre o sumiço do animal, o senhor fica furioso e, após investigar entre seus escravos e índios, descobre o autor do crime e obriga Pai Francisco a trazer o boi de volta.

Coquitéis e curandeiros são convocados para salvar o escravo e, quando o boi ressuscita urrando, todos participam de uma enorme festa para comemorar o milagre. Brincadeira democrática que incorpora quem passa pelo caminho, o Bumba-meu-boi já foi alvo de perseguições da polícia e das elites por ser uma festa mantida pela população negra da cidade, chegando a ser proibida entre 1861 e 1868.

O atual modelo de apresentação dos bois não narra mais toda a história do 'auto', que deu lugar à chamada 'meia-lua', de enredos simplificados. Atualmente, existem quase cem grupos de bumba-meu-boi no Estado do Maranhão subdivididos em diversos sotaques. Cada sotaque tem características próprias que se manifestam nas roupas, na escolha dos instrumentos, no tipo de cadência da música e nas coreografias

Sotaques

Sotaque de matraca - é o mais popular e com maior numero de grupos no Estado. O instrumento que dá nome ao sotaque é composto por dois pequenos pedaços de madeira, o que motiva os fãs de cada boi a engrossarem a massa sonora de cada "Batalhão". Além das matracas, são usados pandeirõess e tambores-onça (uma espécie de cuíca com som mais grave). Na frente do grupo fica o cordão de rajados, cablocos de fitas, índias, vaqueiros e caboclos de pena.

Sotaque de Zabumba - Ritmo original do Bumba-meu-boi, este sotaque marca a forte presença africana na festa. Pandeirinhos, maracás e tantãs, além das zabumbas, dão ritmo para os brincantes.

No vestuário destacam-se golas e saiotas de veludo preto bordado e chapéus com fitas coloridas. O sotaque de zabumba passa por grande crise nos últimos anos devido à falta de novos brincantes interessados em manter as tradições do mais antigo estilo de boi.

Sotaque de Orquestra - Ao incorporar outras influências musicais, o Bumba-meu-boi ganha neste sotaque o acompanhamento de diversos instrumentos de sopro e cordas, como o saxofone, clarinete e banjo. Peitilhos (coletes) e saiotes de veludo com miçangas e canutilhos são alguns dos detalhes nas roupas do brincantes.

Sotaque da Baixada - Embalado por matracas e pandeiros pequenos, um dos destaques deste sotaque é o personagem Cazumbá, uma mistura de homem e bicho que, vestido com uma bata comprida, máscara de madeira e de chocalho na mão, diverte os brincantes e o público. Outros usam um chapeú de vaqueiro com penas de ema.

Sotaque Costa de Mão - Típico da região de Cururupu, ganhou este nome devido a uns pequenos pandeiros tocados com as costas da mão. Caixas e maracás completam o conjunto percussivo. Além de roupa em veludo bordado, os brincates usam chapéus em forma de cogumelo, com fitas coloridas e grinaldas de flores.

 

 English text

Bumba-meu-boi in presenting festivals in June / July The feast of the Bumba-meu-boi, a tradition that has existed since the eighteenth century, drags Maranhão and visitors to all corners of St. Louis, in June and July. The Bumba-meu-boi is a party for children, adults and seniors, where groups perifeiras spread from the center to the camps and malls of the island. On the new or old town groups from around the state gather in various camps to play until dawn.

History

The plot of the feast of Bumba-meu-boi rescues a typical story of social and economic relations in the region during the colonial period, marked by monoculture, extensive cattle and slavery. A cattle ranch, Father Francisco ox kills a pet of their lord to fulfill the desire of his pregnant wife, Mother Catirina who wants to eat tongue. When she discovers the disappearance of the animal, the lord is furious and, after investigating among his slaves and Indians, discovers the perpetrator forces and Father Francisco to bring the ox back.

Coquitéis and healers are summoned to save the slave and when the ox resuscitates howling all participate in a huge party to celebrate the miracle. Joking that incorporates democratic passers by the way, the Bumba-meu-boi has been the target of persecution and police elites for being a party held by the city's black population, eventually being banned between 1861 and 1868.

The current model of presentation of the cattle not more narrates the history of the 'self', which gave rise to the so-called 'half-moon', plots simplified. Currently, there are nearly one hundred groups of Bumba-meu-boi in the state of Maranhão subdivided in various accents. Each accent has its own characteristics that manifest themselves in clothes, the choice of instruments, the type of cadence in music and choreography

Accents

Accent rattle - is the most popular and largest number of groups in the state. The instrument which names the accent is composed of two small pieces of wood, which motivates fans of each steer sound to swell the mass of each "Battalion". Besides the rattles, and drums are used pandeirõess-ounce (a species of opossum in pitch). In front of the group is the cord Brindle, cablocos tape, Indian, cowboys and mestizos penalty.

Accent Zabumba - Rhythm original Bumba-meu-boi, this accent marks the strong African presence at the party. Pandeirinhos, rattles and gongs, beyond zabumbas, give pace to the revelers.

In dress stand out collars and saiotas black velvet and embroidered hats with colorful ribbons. The accent zabumba undergoes major crisis in recent years due to lack of new brincantes interested in maintaining the traditions of the older style ox.

Accent Orchestra - By incorporating other musical influences, the Bumba-meu-boi get this accent tracking various woodwinds and strings, as the saxophone, clarinet and banjo. Bibs (vests) and velvet skirts with beads and bugle beads are some of the details in the clothes of the revelers.

Accent da Baixada - Packed by rattles and tambourines small, a highlight of this is the character Cazumbá accent, a mixture of man and beast which, dressed in a long robe, wooden mask and rattle in hand, entertains revelers and the public. Others wear a cowboy hat with ostrich feathers.

Accent Coast Hand - Typical region Cururupu, got its name due to a small tambourine played with the back of his hand. Boxes and maracas percussion complete the set. Besides clothing velvet embroidered, brincates use mushroom-shaped hats with colorful ribbons and garlands.